Papo Cabeça
Lembranças
Existem lugares encantados. Quer sejam casa antiga, casarões
demolidos que
só continuam
existindo dentro de nossa memória. . .
Mas como é bom reviver nossa infância, dias felizes ou até mesmo
não tão felizes, mas profundamente marcantes em nossa história. .
.
Há 50 anos atrás, as casas tinham um desenho arquitetônico muito
parecido, o que faltava de imaginação se ganhava em espaço. Os
cômodos grandes eram mobiliados com moveis pesados que resistiam ao
tempo.
Se fecho os olhos posso até ouvir a sirene da fábrica
tocando.
Época das feministas em que a mulher conquistou seu espaço com
passos que parecem simples hoje, mas para aquele tempo verdadeira revolução,
cortar o cabelo e vestir calcas foram conquistas imensas. . .
Olga era menina, 7 anos apenas. Suas lembranças são mistos de bons
momentos com alguns nem tão bons assim. As lembranças aqui
relatadas são de Olga, que reconhece que o tempo passou e
implacavelmente trouxe mudanças naquela vila carinhosamente chamada
de “Estiva Gerbi”.
As casas hoje vistas retratadas em sua obra
de “Lembranças”, não existem mais; a venda do Sr.
Ventura, a venda do Rubens e do Nato.
A escola em que a professora
Beatriz chegava de Maria Fumaça (trem movido a carvão), as casas de suas amigas Beatriz e
Sebastiana. . . Tudo o tempo levou ou modificou. . .
Ficaram nas
lembranças.
Olga retratou a mangueira de sua infância, onde suas amigas e ela
fizeram um balanço e por ali brincavam felizes, na inocência das
crianças. Essa mangueira existe até hoje, continua lá como que
esperando um retorno do tempo em que crianças enroscavam-se em seus
galhos e seus risos enchiam o ar!
Época viva em suas lembranças é o Natal, era triste para Olga pois
não recebia visitas de Papai Noel; lembra-se bem que até se
ressentia com ele por não gostar das crianças pobres como ela.
Quando no dia seguinte à visita do Papai Noel na casa do Sr.Ventura,
ela corria até lá e via a casa repleta de bonecos e bolas
coloridas. . .
Eram tão lindos os brinquedos; mais um ano se passara e ela nada disso teve!
Olga lembra muito bem da pensão de Dona Maria. O cheiro associado à
pensão era o de comida e a impressão que ficou é que Dona Maria
estava sempre cozinhando. . .
Grandes caldeirões que exalavam as deliciosas iguarias do interior !
Lembranças nem sempre marcam por serem felizes, mas isso vai ficar para o próximo post de "Lembranças"!
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